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Igor Paulin,
33 anos, consultor
Como tirou a licença: priorizou trabalhos que possam ser feitos remotamente e evitou viagens. Está em casa desde que a filha nasceu.
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Foto: arquivo pessoal

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Logo na primeira semana, um amigo me disse “Exija o banho pra você”. Achei o termo “exigir” meio forte, já que sempre compartilhamos as coisas, mas foi importante usá-lo aqui em casa. Serviu, em teoria, para mostrar que também quero ter meus momentos com a minha filha.

Os primeiros dias foram os mais difíceis para a gente como casal. No afã de querer fazer tudo, o tempo todo, do jeito que eu julgava ser o certo, eu acabei saindo do caminho da cooperação e fui para o da competição, um lugar estranho pra mim.

Surge um misto de angústia, ansiedade e medo pelo futuro. A causa é financeira. Começo a olhar para a minha conta bancária e pra contas novas que chegam e outras que deverão chegar (creche, convênio, vacinas, pediatra particular, brinquedos, roupinhas, etc) e fico assustado. Também passei a ter medo de morrer, algo novo comigo. Antes dela, sempre me considerei imortal.

Todos os pais falam sobre como o dia do parto é um momento incrível, o mais importante da vida. De fato, foi um absolutamente fenomenal. Mas a verdade o dia a dia é o mais legal de tudo. Meu amor pela Malu hoje é bem maior do que no dia nascimento. Amor se dá de graça, mas também se constrói.

"Senti um completo torpor. Durante os primeiros dias de vida da minha filha, se alguém buzinasse e me xingasse no trânsito de São Paulo eu acenava
de volta e mandava flores. Parecia que eu estava dopado."

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